O livre arbítrio:

Bíblia versus humanismo

 

por

 

Roger Smalling, D.Min

www.smallings.com

 

Averiguemos: O que é um ser humano?. 1

O ponto principal 1

Quais são as implicações para a humanidade caída?. 1

A perda da liberdade. 1

A responsabilidade do homem permanece intacta. 1

A vontade está escravizada e controlada pela natureza carnal 1

Os pecadores são incapazes de gerar fé ou arrependimento sem a intervenção divina. 1

De que formas é a vontade livre ou não livre?. 1

O que dizer acerca da soberania de Deus em tudo isto?. 1

A fonte das suposições. 1

A influência do humanismo religioso nos círculos evangélicos. 1

Argumentos do humanista religioso. 1

Erro Um: Supor que os mandamentos e as exortações da Bíblia indicam que temos a capacidade de obedecê-los. 1

Erro dois: Supor que os mandatos de arrepender e crer não têm sentido ao menos que o homem pudesse obedecê-los. 1

Erro três: Supor que a predeterminação da vontade contradiz a liberdade. 1

Erro quatro: Confundir a liberdade natural com a liberdade moral. 1

Erro cinco: Supor que Deus não “viola” o livre arbítrio do homem. Isso é correto. 1

Erro seis: Supor que o livre arbítrio é essencial para a imagem de Deus. 1

Resumo. 1

 

 

Parte Um: A perspectiva bíblica

 

O livre arbítrio tem sido um tema de controvérsia há séculos. A respeito escreveram-se muitos volumes e até hoje continuam os debates acalorados nos círculos teológicos.

 

Dissipa-se muito calor quando se trata de definir claramente os termos. O que é a vontade? A que se refere por “livre”? Existe uma conexão entre o livre arbítrio e a responsabilidade? Livre de quê? Livre para quê? Nos governa a vontade ou somos governados por alguma outra faculdade?

 

Existe pouca controvérsia com respeito à definição de “vontade”. No entanto, todos estamos de acordo em que o arbítrio é a faculdade pela qual fazemos escolhas. Os desacordos surgem quando se trata o significado de “livre”.

 

Os teólogos distinguem entre “liberdade natural” e “liberdade moral”.

A liberdade natural refere-se às decisões ordinárias que envolvem nosso bem-estar material e nossas relações humanas. O que comemos no desjejum, se continuamos lendo esta página, com quem nos casaremos ou o que veremos na televisão esta noite, tudo cai na categoria de “liberdade natural”.

 

O termo “liberdade natural” inclui certas atividades religiosas. Os que não são salvos podem memorizar textos da Bíblia, aprender hinos ou fazer-se membros de uma congregação. Os pecadores têm consciências e diariamente fazem escolhas morais positivas. Eles podem escolher entre dizer a verdade ou mentir.

 

Nenhum ramo da teologia nega a liberdade natural da vontade ou arbítrio. A controvérsia surge quando nos referimos à “liberdade moral”. As seguintes perguntas enfatizam o assunto:

 

É o homem caído, sem a graça soberana, capaz de submeter-se a Deus, confiar em Cristo e desejar a santidade como seu valor supremo? Pode o livre arbítrio do homem caído gerar a fé e o arrependimento?

Averiguemos: O que é um ser humano?

 

Em Gênesis 1:27 lemos: “E criou Deus o homem à sua imagem”. A Bíblia define  um ser humano como uma criatura feita à imagem de Deus. Ao contrário, podemos dizer que “a imagem de Deus” é um ser humano.

Suponha que dois anjos estivessem falando e um deles perguntasse como é Deus? O outro poderia responder: “Ali há um exemplo. Chama-se ser humano”. O termo “imagem de Deus” define nossa essência como seres.

 

Como “imagens de Deus”, somos responsáveis de refletir o que Ele é, e isto é a razão da existência humana. Portanto, nossa responsabilidade de refletir Deus nunca pode mudar...não importa o que suceda.

 

Deus não tem corpo. Ele é infinito. Portanto, a imagem de Deus deve refletir a natureza interna de Deus. É Deus absolutamente santo? Sim. Tem Deus livre arbítrio? Claro! Ele é o ser mais livre do universo. Pode Deus mentir? Não. (Veja Tito 1:2) Por que não? Porque nada em Seu santo caráter encontra atrativo à mentira. Ele não pode DESEJAR mentir.

 

Definição: Livre arbítrio moral significa pureza absoluta e libertação do pecado devido a uma natureza santa.

 

Segundo isto, vemos que grande traição é se um ser humano é outra coisa que inteiramente santo. O pecado é uma negação de nossa definição como imagem de Deus e, portanto, um supremo insulto ao nosso Criador.

 

A ideia de livre arbítrio moral como uma faculdade suspendida entre o bem e o mal é uma ficção. A neutralidade moral não existe.

Romanos 6:17-18 sugere-nos isto.

 

17  Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.

18  E libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.”

O ponto principal

O arbítrio ou vontade reflete a natureza verdadeira da pessoa. Neste sentido, a vontade não é a faculdade que governa no homem. Não é livre no sentido de autonomia.

 

Isto explica porque Deus diz a verdade, o diabo faz o mal e os pecadores amam o pecado. Cada um atua de acordo com sua própria natureza. Cada um escolhe livremente segundo seu desejo, sem compulsão, dependendo de sua verdadeira natureza.

 

Segundo, a vontade do homem não é moralmente neutra. Se assim fosse, também seu caráter seria moralmente neutro. Nada na Escritura, razão ou experiência humana, apóia esta suposição.

 

O que é a vontade ou arbítrio?

 

Você gostaria de ver o seu livre arbítrio? Fique de pé diante de um espelho de corpo inteiro. O que se reflete é seu livre arbítrio. É você mesmo. Sua vontade é a totalidade de tudo o que você é. Sua vontade é como o espelho. Reflete o que você é como pessoa.

 

Isto explica o porquê da Bíblia falar muito acerca do coração e menos acerca da vontade. O enfoque bíblico está na totalidade da natureza e caráter da pessoa, não numa só característica como vontade.

Quais são as implicações para a humanidade caída?

A perda da liberdade.

 

Quando uma pessoa se afasta de Deus, se afasta também da sua liberdade e sua escravidão incrementa-se. Segundo a definição de “escravidão”, ele torna-se incapaz de regressar a Deus; sua vontade ainda existe e funciona, mas resvala para uma maior escravidão.

A responsabilidade do homem permanece intacta

 

Pode Deus responsabilizar ao homem por não voltar para Ele, ainda que ele não possa fazê-lo? Deveria Deus ordenar ao homem que faça o correto ainda quando ele não possa desejar fazê-lo?

 

O homem é ainda a imagem de Deus mesmo quando a imagem esteja desfigurada. A responsabilidade do homem se baseia no propósito para o qual foi criado, não em sua capacidade moral atual.

 

Adicionalmente, o homem caído retém algum conhecimento de Deus através da criação e da consciência. Todos têm algum grau de iluminação ainda que eles preferem reprimi-la.

 

O ponto: a responsabilidade moral de obedecer a Deus nada tem a ver com o livre arbítrio.

 

A Bíblia nunca sugere que nossa responsabilidade baseia-se no livre arbítrio. Nunca nenhum filósofo ou teólogo foi capaz de mostrar uma conexão necessária entre a responsabilidade e o livre arbítrio. A gente poderia também dizer que um devedor não é responsável de sua divida se ele não pode pagá-la.

A vontade está escravizada e controlada pela natureza carnal

 

O ensino bíblico indica-nos o estado moral da mente carnal. A mente está dominada pela razão carnal, não pode submeter-se à lei de Deus, segue os pensamentos deste mundo, é corrupta e inimiga de Deus, e está sob o domínio de Satanás.

 

Os humanistas religiosos que declaram a liberdade moral da vontade devem fazer uma de duas coisas: mostrar a partir da Bíblia que a vontade não é uma função da mente, ou mostrar como a vontade foi a única faculdade humana que escapou da queda.

Os pecadores são incapazes de gerar fé ou arrependimento sem a intervenção divina

 

Isto é uma consequência da escravidão da natureza carnal. Noutro capítulo estudaremos como Deus muda a direção da vontade de um pecador sem forçá-lo.

De que formas é a vontade livre ou não livre?

O arbítrio do homem é livre para atuar de acordo a seus próprios desejos sem compulsões externas. Como veremos noutro capítulo, Deus não força nossa vontade à conversão, mas trabalha indiretamente influenciando em n nossa natureza.

 

No entanto, a vontade nunca está livre da providência governante de Deus. pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos.” Atos. 17:28. Nem ainda a vontade caída poderia existir sem o poder sustentador de Deus.

O que dizer acerca da soberania de Deus em tudo isto?

Recorde que no capítulo dois falamos de como Deus trabalha indiretamente. Ele tem uma grande caixa de ferramentas. Uma destas ferramentas é o livre arbítrio do homem. Deus usa as decisões que faz o homem, ainda caída em pecado, para cumprir Seu plano na história. Isto envolve Sua glória absoluta e a demonstração dos Seus atributos, tais como a graça, o juízo e o amor.

 


Parte Dois: O conceito humanista religioso

 

Há duas formas de humanismo: secular e religioso. Ambas formas supõem que o livre arbítrio do homem é autônomo. Segundo o humanismo, a vontade é a faculdade que governa na natureza humana, independente de toda influência fora de si mesma.

 

Se as respectivas partes da natureza humana fossem um trem, os humanistas identificariam a vontade como a locomotora, isto é, como a força impulsora da natureza humana que arrasta as outras faculdades por seu poder autônomo.

 

Ambas formas de humanismo chegam à suposição da autonomia a partir de diferentes enfoques.

 

O humanista secular sustém a autonomia simplesmente porque ele crê que não há Deus. Para ele, a única procura que vale a pena é a glória do homem porque não há nada mais supremo.

 

Estas suposições invadem a cultura moderna. Nos filmes, o herói alcança a vitória pela força de sua vontade. Todavia seus defeitos os têm sob controle. O poder da mente para controlar a realidade se difunde na ficção cientifica. A mensagem é clara: o potencial do homem é ilimitado. Só tem que penetrar nas profundidades de seu próprio ser e libertar a bondade e o poder que estão escondidos ali, e a vitória será sua.

 

Para os propósitos deste estudo, o humanismo secular não é a nossa maior preocupação porque é ateísta. Estamos mais preocupados pelo humanismo religioso devido a sua atual influência insidiosa entre os evangélicos.

 

Mais erros teológicos resultam por causa do conceito errado do livre arbítrio que qualquer outro ensino. Erros acerca de Deus provêm, frequentemente, dos falsos conceitos acerca do homem mesmo. As pessoas preferem mudar a Deus que a si mesmo.

 

Para o humanista religioso, a vontade é como um terreno especial, no qual Deus não pisa. Supõe-se que é uma contradição dizer que a vontade é “livre” ao menos que esteja isenta do controle divino. Um ensino comum é: “Deus não infringe nosso livre arbítrio”.

 

O humanismo secular considera a vontade humana como moralmente neutral. Segundo eles, os recém-nascidos têm sua mente como um papel em branco. Portanto, o meio ambiente e a influência dos pais explicam o comportamento humano, não as tendências inatas.

 

Devido à doutrina da queda de Adão, os humanistas religiosos têm dificuldade em sustentar o ponto de vista que considera a vontade do homem como moralmente neutra. No entanto, eles aproximam-se a este conceito dizendo que o homem nasce com uma “predisposição” para o pecado, mas que não está dominado por este. Desta forma eles acomodam o ensino bíblico sobre o pecado com a suposição básica de autonomia.

 

A Bíblia refuta esta noção com muitos textos como Romanos 3:12,

não há quem faça o bem, não há nem um sequer.” Esta é a razão pela qual o legalismo entre os Cristãos é tão desprezível. Tal como uma flor cuja beleza impacta-nos, o legalismo pode impressionar-nos no começo. Mas logo nos damos conta que as raízes estão alimentando-se do esterco das suposições humanistas.

A fonte das suposições

A suposição de autonomia é instintiva para a natureza humana carnal. A queda de Adão programou a natureza humana, para que se pressupor sua própria autonomia. Além do mais, conseguir a autonomia foi a ideia central que esteve detrás a rebeldia de Adão. A queda não somente produziu o pecado, mas também um conjunto de enganos com respeito à retidão do homem e seu poder para produzi-la.

 

Esta é a razão pela qual todas as religiões, exceto a Cristandade bíblica, são sistemas que ensinam salvação por méritos próprios.

A influência do humanismo religioso nos círculos evangélicos

Não nos deve surpreender o fato de que, entre a influência da cultura moderna e as tendências da natureza humana, o humanismo religioso haja invadido grandes setores da Cristandade. Como resultado cresceu uma teologia completa que o defende.

 

Alguns argumentos soam razoáveis até que os examinamos mais de perto. Hoje em dia é importante que os obreiros cristãos estejam inteirados destes argumentos e que saibam como refutá-los de tal maneira que os crentes tenham uma fé sã.

Argumentos do humanista religioso

Erro Um: Supor que os mandamentos e as exortações da Bíblia indicam que temos a capacidade de obedecê-los.

 

Este erro estabelece que a responsabilidade prova a capacidade. Costuma-se ouvir dizer: “Deus nunca ordenaria a uma pessoa fazer o que não pode”, ou, “Deus nunca diria a uma pessoa que se arrependa e creia se não pode fazê-lo”.

 

Igualmente seria dizer que um devedor não é responsável de sua dívida ao menos que possa pagá-la. Como indicamos no capítulo anterior, a responsabilidade do homem está fundamentada em seu status como imagem de Deus, e não em suas capacidades morais atuais. Deus nunca baixará seus padrões de santidade só porque Sua imagem caiu em pecado.

 

A incapacidade do homem sempre vem de sua própria corrupção, e não de uma ordem sem razão de seu Criador.

 

Por que Deus deu a lei a Moisés? Realmente esperava Deus que os judeus a cumprissem? Supunha Ele que eles poderiam cumpri-la?

 

Em Romanos 3 encontramos duas razões pelas quais Deus deu os mandamentos ao homem e nenhuma tem a ver com o provar o livre arbítrio moral. Estas são:

 

    A. Vindicar a justiça de Deus.

    B. Expor a iniqüidade do homem.

 

      Rm. 3:5-6 e 20 (5) E, se a nossa injustiça for causa da justiça de Deus, que diremos? Porventura, será Deus injusto, trazendo ira sobre nós? (Falo como homem.) (6)  De maneira nenhuma! Doutro modo, como julgará Deus o mundo?...(20) Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.”

 

Mais dura ainda, é a declaração de Paulo em Romanos 8:7 quando nos diz que a mente carnal é incapaz de submeter-se à lei de Deus. Se a vontade é parte da mente, então estamos forçados a concluir que o homem caído, sem graça, não é capaz de escolher submeter-se a Deus.

 

Rm. 8:7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.”

 

Para resumir, Paulo está dizendo que o Antigo Testamento em sua totalidade foi dado para provar que o homem não era capaz de obedecer a Deus. Portanto, não tem sentido citar o Antigo Testamento para provar o livre arbítrio.

 

Erro dois: Supor que os mandatos de arrepender e crer não têm sentido ao menos que o homem pudesse obedecê-los.

Estes mandatos são parte da Lei tanto como outros. O homem caído é igualmente incapaz de obedecê-los sem a graça de Deus.

Erro três: Supor que a predeterminação da vontade contradiz a liberdade.

Esta objeção supõe que a vontade é moralmente neutra, nem boa nem má. Se fosse assim, teríamos que dizer que a vontade de Deus não é livre, o mesmo diríamos também sobre  as vontades de Cristo, dos anjos e dos crentes que estão no céu, posto que eles estão predeterminados para o bem somente.

 

Assim mesmo, teríamos que dizer que os demônios não são responsáveis de suas ações porque suas vontades estão totalmente determinadas para o mal.

Erro quatro: Confundir a liberdade natural com a liberdade moral.

Escolher nosso desjejum ou que carro comprar cai dentro do domínio da liberdade natural.

 

A conversão a Cristo, ainda que é uma experiência espiritual única sem precedentes no mundo natural, dificilmente a podemos igualar a um menu. Escolher um carro não envolve render o ego a uma Autoridade Suprema. Comparar o milagre da conversão com a liberdade natural não é apropriado.

Erro cinco: Supor que Deus não “viola” o livre arbítrio do homem. Isso é correto.

Ele não o faz. Se Deus fosse apoderar-se da vontade duma pessoa e dobrar a força física direta, seria uma “violação”.Não é uma “violação” da vontade mudar a natureza interior da pessoa para gerar novas percepções e desejos.

Erro seis: Supor que o livre arbítrio é essencial para a imagem de Deus.

Alguns professores afirmam que o status do homem como imagem de Deus deve incluir o livre arbítrio moral. Se Deus é “livre”, então o homem deve ser “livre” também.

 

Esta afirmação confunde “livre” com “autônomo” ou “sem causa”. Deus é o único Ser autônomo e sem causa no universo. É uma contradição dizer que o homem é uma criação de Deus e logo afirmar que a vontade do homem é sem causa ou autônoma.

 

A Bíblia mostra que o homem é ainda a imagem de Deus a pesar da queda. Ademais, em qualquer parte da Bíblia se mostra que a natureza total do homem está sujeita ao pecado.

 

Aparentemente os escritores bíblicos não viram uma conexão necessária entre o livre arbítrio e a “imagem de Deus”.

Resumo

A suposição básica do homem caído, sobre si mesmo, é que é autônomo. Esta suposição resulta em duas formas de humanismo, o secular e o religioso. Enquanto o secular apresenta um desafio que é de domínio público, o religioso é ainda mais insidioso. Os efeitos devastadores deste modo de pensar levam ao legalismo, liberalismo e a outros erros teológicos. Nós, os cristãos, necessitamos conhecer os argumentos dos humanistas religiosos e como refutá-los.

 

A vontade nunca é autônoma de Deus nem da pessoa mesma. Quando o homem caiu em pecado, perdeu a capacidade para querer ou fazer algo para converter-se a si mesmo ou submeter-se à autoridade de Deus. Não obstante, o homem não perdeu sua responsabilidade perante Deus.

 

Neste ensaio aprendemos o seguinte:

1.   A vontade ou arbítrio é a faculdade mental que o homem tem, segundo a qual ele escolhe de acordo à sua própria natureza.

2.   A liberdade moral da vontade e a santidade estão unidas inseparavelmente, como em Deus.

3.   A vontade não é o fator governante no homem. Sua natureza o é.

4.   O homem é essencialmente a imagem de Deus, caído ou não. Como tal, sua responsabilidade para obedecer a Deus mantém-se, incluso se sua vontade está ainda cativa ao pecado.

5.   Deus é perfeitamente justo quando ordena ao pecador fazer o que não pode.

6.   A Escritura e a razão requerem que nós rechacemos qualquer definição de livre arbítrio que envolva a noção de autonomia.

 

      O homem caído invariavelmente supõe que é autônomo. Isto significa que ele pensa que sua vontade é livre de Deus e livre de qualquer causa mais além dele mesmo, como se ele fosse um deus.

 

Todas as formas de humanismo, religioso ou secular, provêm do erro da autonomia.

 

Os mandamentos e as exortações da Bíblia não provam o livre arbítrio moral.

 

A predeterminação da vontade não contradiz a ideia de liberdade. A liberdade natural da vontade não prova a liberdade moral. A influência de Deus na natureza do homem para mudar a direção de sua vontade não é uma violação do livre arbítrio.

PRESUPOSIÇÕES SOBRE LIVRE ARBÍTRIO

 

BIBLIA

HUMANISMO

Liberdade significa santidade (Rm.6)

Liberdade significa neutralidade

Os mandamentos divinos comprovam a santidade de Deus e a incapacidade do homem. (Rm.3:4,28)

Os mandamentos divinos servem para comprovar o livre arbítrio. 

Desde a queda de Adão, Deus manda ao homem fazer coisas que não pode cumprir. (Rm.8:7)

Deus nunca manda ao homem fazer o que não pode fazer.

Responsabilidade moral baseia-se na autoridade de Deus e a imagem de Deus no homem. (1Pe.1:16; Gn.1:27)

Responsabilidade moral baseia-se numa capacidade do homem para cumprir.

Deus facilita a vontade por Sua graça. Rm.8:28)

Deus nunca interfere na vontade humana.

 

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